PSICOLOGIA/PSICOTERAPIA DO ADULTO
A Psicoterapia consiste habitualmente em diálogos semanais de 50 minutos, num ambiente de confiança e segurança. O paciente traz para as sessões as suas dificuldades, medos, sonhos e motivações, num espaço de liberdade e aceitação que lhe permite pensar, sentir e vir a comportar-se de forma diferente. Desta forma, a sessão pode constituir-se como um espaço privilegiado, um lugar/momento/estado favorável à mudança.
A Psicoterapia está indicada nos casos de:
- Perturbações emocionais e mentais, sendo as queixas mais frequentes de depressão, ansiedade e dificuldades no relacionamento com os outros.
- Em determinados momentos de vida, já que as pessoas passam por fases de renovação periódicas que podem ser vividas com dificuldade. Estas tanto podem ser desencadeadas nas fases naturalmente previstas (passagem da adolescência à vida adulta, envelhecimento, etc.), como por acontecimentos de vida marcantes (luto, separações, crises profissionais, etc.).
- Queixas físicas (desde alergias a doenças crónicas mais graves) pois corpo e mente não devem ser abordados em separado.
- Por último, há cada vez mais pessoas que, não tendo propriamente sintomas físicos ou psicológicos, se sentem perdidas, desligadas, sem saber quem são ou o que as anima.
A tomada de consciência da forma de estar do paciente pode conduzir a novas descobertas acerca das diferentes possibilidades que existem e que dispõe para se sentir melhor, para encontrar diferentes estratégias, ou até para “ser - ou estar -diferente” . Espera-se que no final do processo terapêutico, o paciente tenha não só conseguido ultrapassar o problema que o motivou a procurar ajuda, mas tenha também desenvolvido estratégias e competências para melhor cooperar com os desafios que possam surgir. Também pode acontecer que, depois de bem avaliado pelo cliente e terapeuta, o processo acarrete decisões que leve a considerar vantajoso manter-se “igual”, ainda que enriquecido pelo conhecimento extra que ganhou acerca de si e da sua relação com os outros e, neste sentido, este pode ser sempre um processo transformador, num caminho em permanente transformação e recriação.
A nossa perspetiva é a de que a busca de uma solução para um problema, mal estar pessoal ou perturbação é sempre frutífera. A saída pode até nem ser aquela que se esperou inicialmente, a “porta” pode ser diferente, ter “outras cores”, mas desenha sempre um caminho, um propósito, uma auto-descoberta. Um caminho, numa construção conjunta, acompanhado pelo terapeuta, cuja formação é imprescidível, mas também a sua postura enquanto “pessoa no mundo”, encarando e perspetivando cada pessoa somo um ser humano único nas suas especificidades e a cujas características a abordagem psicoterapêutica terá de se adaptar.
Se perspectivamos a Psicoterapia como a construção de um caminho, temos de ter em consideração que uma construção leva tempo. Qualquer construção com alicerces sólidos leva tempo. Por isso, não fazem parte dos nossos textos ou objetivos palavras como “rápido” ou “breve” nem número de sessões previsto. O tempo psicológico é diferente do tempo real e é único de indivíduo para indíviduo. Numa Psicoterapia não ter prazos é o sinal máximo de respeito por cada indivíduo e pelo seu tempo.
Por último, cada pormenor, regra ou característica da Psicoterapia (como a periodicidade das sessões, horários, honorários) é definido conjuntamente entre cliente e terapeuta, inicialmente e ao longo de todo o processo. Há regras bem definidas, outras que se vão definido ou alterando de acordo com as pessoas e com os momentos. Encaramos a Psicoterapia como um organismo vivo, um diálogo construído, com vista a um constante recriar e repensar de si próprio, num caminho que se vai reconstruindo a cada passo.